Pular para o conteúdo principal

"O Vermelho e o Negro", Stendhal

VIDA E MORTE DE UM ELEGANTE CAMPONÊS

Cristian Luis Hruschka

STENDHAL. O Vermelho e o Negro, Porto Alegre: Ed. Dublinenses, 2016, 544p. Tradução: Raquel Prado (edição especial encomendada pela TAG para seus associados)

Não vou entrar em detalhes críticos, acadêmicos ou políticos. Tudo já foi dito de "O Vermelho e o Negro", livro maior do escritor francês Stendhal.

Publicado em 1830, Le Rouge et le Noir conta a breve vida de Julien Sorel, camponês pobre do interior da França que busca projeção na sociedade. Para tanto, socorre-se de sua beleza e inteligência e desde cedo começa a trabalhar como preceptor dos filhos do Sr. de Rênal, pessoa influente na sociedade local.

Sorel, personagem muito interessante, logo conquista todos com sua polidez e habilidade nas letras. Tendo decorado a Bíblia, não demora para atrair todos os olhares para si, inclusive da Sra. de Rênal, com quem passa a envolver-se em segredo.

Esse relacionamento amoroso é muito sutil, não havendo no livro nenhuma passagem que possa chocar o leitor. O romance proibido é conduzido com maestria pelo autor (lembre-se é um clássico da literatura lido há mais de 185 anos) e prende o leitor na trama. Era uma época em que o simples toque de mãos rendia amores impossíveis, paixões arrebatadoras que faziam as pessoas chorarem de dor pela simples ideia de poderem um dia se afastar.

Lógico que esse romance não poderia acabar bem. O marido traído toma conhecimento, por meio de uma carta anônima (hoje seria um e-mail ou mensagem de whattsApp) que sua mulher está de sorrisos com outra pessoa, fato que obriga o jovem Julien Sorel a sair da cidade rumo à Paris. Deixa, assim, na pequena Verrièrres, amigos fiéis como Fouqué e inimigos sedentos pela sua queda.

Chegando em Paris, por gozar de suas boas referências, consegue estudar em um seminário. Não tarda para conhecer o marquês de La Mole, dono de grandes propriedades e pessoa respeitada por toda a sociedade francesa, que o acolhe em sua residência, permitindo-o conviver com membros da alta nobreza. O Sr. de La Mole é pai de uma filha encantadora, não tardando para que esta ceda aos encantos do esbelto Julien Sorel. Resultado: a moça rica fica grávida do camponês (velho e conhecido conflito entre o rico e o pobre). Contudo, em razão do amor infinito que a Srta. de La Mole sente pelo rapaz, abdica de tudo para viver com ele. O sogro de nosso intrépido personagem, lógico, não concorda com a atitude da filha e entrega a Sorel  uma grande quantia em dinheiro e terras valiosas, tornando-o, ainda, militar de alta patente. Confere-lhe, também, um nome de nobreza:  Julien Sorel de La Vernaye.

Apesar do inconformismo do sogro, tudo ia bem para Julien, porém, por meio de uma carta enviada pela Sra. de Rênal, o Sr. de La Mole toma conhecimento de que Sorel havia deixado-a desesperada de amor e que era do seu feitio utilizar-se da beleza e capacidade intelectual para seduzir as pessoas a fim de obter vantagens pessoais e expansão social. Colocado contra a parede, Julien Sorel, munido de duas pistolas, retorna à Verièrres e atira contra a Sra. de Rênal dentro de uma igreja.

Até aqui já se vão mais de quatrocentas páginas do livro, porém, como o escritor é muito habilidoso, o leitor vai sendo conduzido pelas páginas do clássico francês, ora torcendo para que ele termine logo, ora torcendo para que as narrativas se perpetuem por mais algumas páginas.

Depois de atirar contra a mulher, o esbelto protagonista é capturado e conduzido ao cárcere. Lá, arrepende-se de seu ato impensado e descobre que o seu grande amor sempre foi a Sra. de Rênal. Sofre durante alguns dias e, avisado pelo carcereiro, toma conhecimento de que sua amada ainda está viva. Em poucos dias, para surpresa de todos, a Sra. de Rênal passa a visitar aquele que atentou contra sua existência.

Certamente que na época Stendhal não sabia, mas hoje em dia a apaixonada Sra. de Rênal poderia ser diagnosticada como portadora da "Síndrome de Estocolmo", ou seja, quando a vítima passa a defender seu malfeitor, seu facínora. A tentativa de assassinato, assim, é alçada a uma demonstração inacreditável de amor:

"Morrer assim, mas não por iniciativa minha, não é um pecado", pensava a Sra. de Rênal. "Deus talvez me perdoe por alegrar-me com a morte". Não ousava acrescentar: "E morrer pela mão de Julien é a maior felicidade" (pág. 478).

Ocorre que esposa de Julien Sorel também aparece para visitá-lo na prisão e, mesmo recebendo do marido a informação de que ele ama outra, não poupa esforços para tirá-lo do encarceramento. Nada adianta. Julien é julgado pelos inimigos que deixou em Verièrres e condenado à morte, para tristeza daqueles que querem o seu bem.

Esse quadro negro que se descortina no final do livro reflete muito da sociedade atual, tendo o próprio Sorel assim definido o seu julgamento:

"- Senhores Jurados, o horror do desprezo, que acreditava poder enfrentar no momento da morte, me faz tomar a palavra. Senhores, não tenho a honrar de pertencer à sua classe, em mim um camponês que se revoltou contra a baixeza de sua sorte. Não lhes peço nenhuma graça - continuou Julien, firmando a voz. - Não tenho ilusões, a morte me espera: ela será justa. Fui capaz de atentar contra a vida da mulher mais digna de todo respeito, de todas as homenagens. A Sra. de Rênal foi como uma mãe para mim. Meu crime é atroz e foi premeditado. Mereci, portanto, a morte, senhores jurados. Mas, ainda que fosse menos culpado, vejo homens que, sem se deterem em tudo o que minha juventude possa merecer da piedade, vão querer punir em mim e desencorajar para sempre essa classe de jovens que, nascidos de uma classe inferior e de alguma forma oprimidos pela pobreza, tenha a sorte de conseguir uma boa educação e a audácia de misturar-se ao que o orgulho do ricos chama de boa sociedade. Esse é o meu crime, senhores, e, na verdade, será punido ainda mais severamente por não ser julgado por meus pares. Não vejo no banco dos jurados nenhum camponês enriquecido, mas apenas burgueses indignados..." (págs. 509/510).

Pelos trechos acima citados é possível ter uma noção da riqueza do enredo, do refinamento das palavras e do conteúdo ideológico que a trama carrega. Pena que por se tratar de um clássico será pouco lido pelas gerações mais novas, que certamente irão preferir utilizar esta curta resenha como resumo.

Infelizmente nos dias atuais o simples ato de folhear  um livro, de ler páginas esparsas de um bom romance ou até mesmo uma poesia, tornou-se para muitos um sofrimento, quanto mais ler um livro denso e de época.

Para aqueles que tiverem coragem de aventurarem-se pelas páginas de "O Vermelho e o Negro", fica aqui a dica. Certamente irão tirar boas lições de perseverança e coragem, atributos tão próprios de um tempo em que ainda se sofria por amor.

Obs.: A edição que eu li foi cuidadosamente preparada pela TAG, que surgiu há mais de dois anos com uma proposta diferente para os apaixonados por livros. Os que tiverem interesse podem conferir e obter maiores informações pelo site www.taglivros.com.

__________________

CRISTIAN LUIS HRUSCHKA, responsável pelo site www.resenhas-literarias.blogspot.com.br. É autor do livro "Na Linha da Loucura", publicado em 2014 pela editora Minarete/Legere (www.facebook.com.br/nalinhadaloucura). E-mail: clhadv@hotmail.com

Comentários

Postar um comentário

Outras postagens ✓

"Depois do Último Trem", Josué Guimarães

LITERATURA RECOMENDADA Cristian Luis Hruschka GUIMARÃES, Josué. Depois do Último Trem, 2a. ed., Porto Alegre: Ed. L & PM, 1979, 141 pág. O Estado do Rio Grande do Sul sempre apresentou ótimos escritores. Érico Veríssimo na prosa e Mário Quintana na poesia, com certeza os maiores representantes. Outros estão meio esquecidos, mas suas obras não podem ser deixadas de lado. Josué Guimarães é um deles. Nascido na cidade de São Jerônimo (RS), teve uma vida movimentada. Trabalhou em diversos jornais de âmbito nacional, sendo perseguido durante o regime militar, quando esteve na clandestinidade escrevendo por meio de pseudônimos. Falecido em 1986, deixou um grande número de obras, adultas e infantis. Seus livros de maior expressão são "Enquanto a noite não chega", reconhecido pela crítica como obra máxima, "Dona Anja", "Tambores Silenciosos" e "Camilo Mortágua". Lembrei de seu nome quando estava lendo o artigo do Alberto Mussa no suplemento ...

"Onde os velhos não têm vez", Cormac McCarthy

SANGUE E VIOLÊNCIA NA FRONTEIRA Cristian Luis Hruschka   McCARTHY, Cormac. Onde os velhos não têm vez , 2ª ed., Rio de Janeiro: Alfaguara, 2023, 229 páginas (Tradução: Adriana Lisboa).   Visceral! Lançado em 2005, o romance “Onde os velhos não têm vez”, de Cormac McCarthy, é violento, direto e sensacional. Falecido em junho de 2023, McCarthy é considerado um dos maiores escritores norte-americanos dos últimos tempos. Ficou conhecido por romances com alto grau de violência e economia de detalhes. O livro “Onde os velhos não têm vez”, reeditado pela Ed. Alfaguara, é prova disso. Ambientado no Texas, na divisa com o México, a trama avança com velocidade, narrando a fuga de Llwelyn Moss (veterano do Vietnã) do “carniceiro” Anton Chigurh, o qual, por sua vez, é perseguido pelo xerife Ed Tom Bell, já com certa idade e desanimado com o aumento da violência na região. Tudo começa quando Moss, durante uma caçada na região árida próxima ao México, se depara com o resul...

"Einstein no Espaço-Tempo", Samuel Graydon

BREVE HISTÓRIA DE UM GÊNIO Cristian Luis Hruschka GRAYDON, Samuel. Einstein no Espaço-Tempo: a vida de um gênio em 99 partículas , Rio de Janeiro: Sextante, 2024, 304 páginas (Tradução: André Fontenelle).   “Eu quero minha paz. Quero saber como Deus criou o mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro disto ou no elemento daquilo. Quero saber o que Ele pensa, o resto são detalhes” (Albert Einstein)   Muito já se escreveu sobre o gênio da física e dificilmente alguma biografia conseguirá esmiuçar de maneira detalhada toda a vida de Albert Einstein (1879-1955). O livro de Samuel Graydon certamente não tem essa pretensão, porém, apresenta uma viagem deliciosa sobre a jornada desse importante cientista. O livro é dividido em 99 capítulos curtos e objetivos, que não respeitam, necessariamente, uma ordem cronológica definida. Contudo, como não poderia ser diferente, começam com o nascimento e crescimento de Einstein, assim como seu difícil iní...

"O Homem Nu", Fernando Sabino

UM POUCO DE SABINO E SUA OBRA Cristian Luis Hruschka O HOMEM NU, Fernando Sabino, 38ª. ed., Rio de Janeiro: Ed. Record, 1998, 192 p. Conheci a obra de Fernando Sabino (1923-2004), em dezembro de 2006. Até então só tinha ouvido falar de seus livros sem ter me arriscado a ler algum deles. Bendita hora em que comprei “A Faca de dois Gumes” (Ed. Record, 2005), na praia, em uma banca de revistas. Foi paixão à primeira vista, ou melhor, à primeira leitura. O livro é maravilhoso, composto das novelas “O Bom Ladrão”, “Martini Seco” e “O Outro Gume da Faca”. Uma trilogia prodigiosa que leva o leitor a duvidar do certo e do errado, colocando-o no lugar dos personagens e ao mesmo tempo censurando suas atitudes. Li o livro em uma pegada. Dias após retornei à mesma banca de revistas para comprar “O Encontro Marcado”, livro mais importante da obra de Fernando Sabino, traduzido para diversos idiomas pelo mundo afora e que já ultrapassa a 80ª. edição aqui no Brasil. Não tinha mais jeito,...

"O Caminho do Peregrino", Laurentino Gomes e Osmar Ludovico

VISITA À TERRA SANTA Cristian Luis Hruschka GOMES, Laurentino; LUDOVICO, Osmar. O Caminho do Peregrino: seguindo os passos de Jesus na Terra Santa , 1ª ed., São Paulo: Globo, 2015, 198 páginas (Ilustrações: Cláudio Pastro).   Imagine-se em uma praia, à frente de um pequeno barco e com a rede vazia de peixes. Uma pessoa se aproxima e diz para você entrar no mar e lançar novamente a rede que muitos peixes virão e que a partir daquele momento você não deve mais pescar peixes, mas sim homens! Essa pessoa também se intitula filho de Deus, tendo nascido de uma virgem. Você largaria tudo para segui-lo? Nos dias atuais, com recursos tecnológicos à palma da mão, dificilmente você acreditaria em alguém com esse discurso, porém, há dois mil anos, Jesus Cristo se mostrou para a humanidade e cativou seguidores com sua simplicidade, amor e palavras de esperança. O mundo depois Dele nunca mais foi o mesmo. Em um livro curto, Laurentino Gomes, mais conhecido por "1808" e "1822...

"Jorge, um Brasileiro", Oswaldo França Júnior

ROMANCE EM BATE-PAPO FRANÇA JÚNIOR, Oswaldo. Jorge, um Brasileiro, 1 ª  ed., Rio de janeiro: Ed. Bloch, 1967, 269 pág. Sempre fui avesso às listas dos mais vendidos. Desconheço se os clássicos de hoje fizeram parte de alguma relação no passado (se é que existia) que indicasse se tratar de uma obra indispensável, tampouco com qualidade literária. Por esse motivo, gosto de garimpar em sebos livros que já estão esquecidos pela nova geração mas que não podemos deixar de mencionar em virtude da qualidade de suas palavras. Um exemplo dessa boa literatura é "Jorge, um Brasileiro", do escritor mineiro Oswaldo França Júnior, que adquiri pelo simbólico valor de R$ 5,00 (cinco reais). Um absurdo, quanto mais por se tratar da primeira edição. Nascido em 21 de julho de 1936 na cidade do Serro, Estado de Minas Gerais, França Júnior foi cedo para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) onde se tornou piloto da Força Aérea Brasileira. Expulso em 1964 por ocasião do golpe militar implantado no ...

"Perguntaram-me se Acredito em Deus", Rubem Alves

REFLEXÕES DE RELIGIOSIDADE Cristian Luis Hruschka PERGUNTARAM-ME SE ACREDITO EM DEUS, Rubem Alves, Ed. Planeta, 2007, 176 p. Psicanalista, educador e autor de diversos livros infantis e sobre religião, Rubem Alves é ainda cronista do jornal Folha de São Paulo. Em seus recentes textos destaca-se a discussão que levantou a respeito da eutanásia: “A vida só pode ser medida por batidas do coração ou ondas elétricas. Como um instrumento musical, a vida só vale a pena ser vivida enquanto o corpo for capaz de produzir música, ainda que seja a de um simples sorriso. Admitamos, para efeito de argumentação, que a vida é dada por Deus e que somente Deus tem o direito de tirá-la. Qualquer intervenção mecânica ou química que tenha por objetivo fazer com que a vida dê o seu acorde final seria pecado, assassinato.” (Folha, 08.01.2008, pág. C2). Em outro artigo, no mesmo jornal, Rubem Alves destaca: “Muitos dos ‘recursos heróicos’ para manter vivo um paciente são, no meu ponto de vista, um...

"O Alienista", Machado de Assis

O ALIENISTA EM QUADRINHOS Cristian Luis Hruschka O ALIENISTA, Machado de Assis, adaptado por César Lobo (arte) e Luiz Antonio Aguiar (roteiro), São Paulo: Ática, 2008, 72 pág. (Clássicos Brasileiros em HQ). “A loucura, objeto de meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente”. (Machado de Assis, “O Alienista”). O ano que passou foi considerado o “Ano de Machado de Assis”, homenagem ao escritor brasileiro por força do centenário de sua morte ocorrida em 29 de setembro de 1908. À guisa de diversas homenagens, muito se falou e comentou à respeito, inclusive no segmento das histórias em quadrinhos. Nessa senda, o trabalho realizado por César Lobo e Luiz Antonio Aguiar, este profundo conhecedor da obra do Bruxo do Cosme Velho (tendo publicado em 2008 o “Almanaque Machado de Assis” – Ed. Record), merece destaque. Em exemplar primoroso, os autores adaptaram a novela “O Alienista”, um dos melhores trabalhos...

"O Útimo Homem Branco", Mohsin Hamid

PROMETE MAS NÃO ENTREGA Cristian Luis Hruschka   HAMID, Mohsin. O Último Homem Branco , São Paulo: Companhia das Letras, 2023, 134 páginas (Tradução: José Geraldo Couto).   Lançado em 2022, o livro de Mohsin Hamid foi recebido como um sucesso de crítica. Nascido no Paquistão, o escritor já viveu na Califórnia, Nova Iorque e Londres, sendo colaborador de jornais como The New York Times e Washington Post. O livro conta a história de Anders, um homem branco que, em certa manhã, ao acordar, “descobriu que tinha adquirido uma profunda e inegável tonalidade marron”. A temática proposta é muito inteligente e gera controvérsias das mais variadas, principalmente quanto à intolerância racial. Escrito de maneira arrastada, o livro não prende o leitor e, na minha singela opinião, assim segue até o final. A ideia de abordar uma questão tão importante, com grande clamor social e por muitos tida como apavorante por colocar em xeque a “supremacia do homem branco”, que estaria ...

"A Maçã Envenenada", Michel Laub

DO SUICÍDIO E OUTROS DEMÔNIOS Cristian Luis Hruschka LAUB, Michel. A Maça Envenenada, São Paulo: Cia. das Letras, 119 pág. Lembro bem quando Kurt Cobain morreu. Seu suicídio marcou minha geração e pensávamos que nada poderia substituir o líder do Nirvana. A banda se desfez com o passar dos anos. Não resistiu a perda. Muitos não se recordam deles, mas a capa iconográfica do álbum  Nevermind  (1991) é lembrada sempre. Reportagens com o bebê (Spencer Elder, hoje com mais de 20 anos de idade) mergulhando e a nota de um dólar pipocam pela internet. Outras bandas vieram, a onda grunge foi acabando e agora vive apenas na cabeça daqueles que tiveram o privilégio de curtir a fase dos grupos de Seattle. O livro de Michel Laub, escritor de qualidade comprovada e autor de "Diário da Queda", primeiro livro da trilogia que segue com "A Maçã Envenenada", possui como tema principal um show da banda estadunidense na cidade de São Paulo (SP), ocorrido em 1993. O narrador, m...